Parar, pensar e refletir sobre o óbvio é um convite à aprendizagem. Haja tempo e espaço para tal... Hoje, proponho-me a refletir acerca de um tema que considero crucial na área do treino personalizado: como compreender a excelência deste serviço?
Quando falamos em treino personalizado (TP) e na excelência do serviço, o que estamos, de facto, a discutir? O que distingue um TP de excelência dos demais? Será apenas a experiência? Vamos investigar.
O processo em que o treino decorre é, sem dúvida, um fator importante, mas será o principal? Será que a experiência de treino define a excelência do serviço por completo? Talvez, mas, para validar essa afirmação, teremos de colocar outras perguntas: o que está envolvido na experiência de TP? Como podemos decompor e analisar os seus elementos integrantes? Convido-o a explorar estas questões ao longo deste breve artigo de opinião.
Serviço de Treino Personalizado
Cada setor tem os seus parâmetros específicos para avaliar a excelência. Na área do fitness, ouvimos com frequência: "Este serviço é de excelência", "Este treino foi excelente" — mas como avaliar isso objetivamente? Ao refletir e pesquisar acerca deste tema, deparei-me com a seguinte afirmação:
“Cumprir as expectativas do cliente e a promessa da marca define a excelência do serviço”
Será esta a resposta que procurávamos? Avaliemos uma vez mais em conjunto.
Um serviço é algo intangível, resultante da relação entre o cliente e a marca — seja uma empresa ou um treinador. A excelência não pode ser medida apenas quantitativamente, apesar de existirem métricas que possam facilitar esta compreensão. Então, a questão mantém-se: como avaliar a excelência em TP?
Substância e forma
Na minha visão, ela deve ser analisada através de dois elementos fundamentais: a forma e a substância. Mas antes de abordarmos estes dois elementos, temos de refletir acerca da relação entre aluno e professor.
A relação aluno-professor é biunívoca, exigindo aprendizagem de ambos. Há um processo formal, de aprendizagem dos aspetos técnicos do treino, como a motricidade humana (cinesiologia, fisiologia do exercício, neurofisiologia), e um processo informal, abrangendo fatores não diretamente ligados ao treino. E o que isso tem a ver com a forma e substância? Tudo!
Se o professor deve conduzir o processo pedagógico, garantindo a aprendizagem de aspetos práticos da motricidade humana, ele também deve ser capaz de implementar estratégias que se ajustem às condições físicas e emocionais de cada aluno. Ambos coexistem, professor e aluno, influenciam-se mutuamente, e, por isso, o processo de treino deve ser individualizado, levando em consideração, tanto os aspetos neuromusculares, como outros, psicoemocionais, e sabendo que estes variam de sessão para sessão. É nesta complexidade relacional, professor e aluno, empresa e cliente, que se processa treino personalizado.
Voltando à questão da forma e da substância…apenas compreendendo e respeitando as subtilezas da relação pedagógica entre aluno-professor, concretizando a relação harmoniosa entre estrutura de treino (forma) e uma metodologia adequada (substância), poderemos equacionar um TP de excelência que, em síntese, concretizaria no seguinte:
Relação empática, alinhada com os objetivos do aluno.
Definição clara de prioridades e necessidades do treino.
Metodologia individualizada e ajustada.
Atenção contínua durante a execução dos exercícios.
Correção minuciosa, baseada nas necessidades momentâneas do aluno.
Harmonia entre forma e substância no treino.
Concorda? Boas leituras e bons treinos!
Nota: A Metodologia NEX Performance® procura aplicar o conhecimento baseado em evidência científica nas suas práticas, e assim representar a substância de um treino personalizado de excelência.
Professor Eduardo André
Fisiologista do Exercício
Licenciado em Educação Física e Desporto
Mestre em Exercício e Saúde
Pós-graduado em Reabilitação Cardíaca
Mentor da Metodologia NEX Performance®
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