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Dia Mundial da Saúde Mental: Exercício e Saúde Mental

Neste Dia da Saúde Mental é fundamental refletir acerca das melhores práticas com vista à promoção de bem-estar psicológico que permita lidar com os desafios emocionais diários. A sociedade em que vivemos é caracterizada pela vertigem, a hiperestimulação e uma necessidade de urgência, gerando um estado de alerta e hiperativação que não favorece a saúde mental. Por outro lado, a crescente evidência científica tem vindo a valorizar o papel do exercício (EX) e atividade física (AF) como uma ferramenta valiosa na promoção da mesma. Como tal, será interessante observar a importante refletir como as atividades motoras podem gerar resiliência emocional e diminuir os sintomas de stress, ansiedade e depressão.


Para que se alcancem estes efeitos terapêuticos positivos, é fundamental que haja uma adequação da intensidade e quantidade de estímulo físico. Apenas a dose adequada permitirá desencadear os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e psicológicos implicados no exercício, e com eles o funcionamento cerebral saudável e equilíbrio emocional. Alguns destes mecanismos desencadeados pelas atividades motoras podem ser observados na regulação, direta e indireta, do eixo hipotálamo-hipófise-adrenais (HHA), o orquestrador na resposta ao stress; e ainda, no aumento da produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, endorfinas, todas conhecidas por influenciarem o humor e sensação de bem-estar.


O impacto do EX e da AF estende-se para lá dos aspetos mecânicos da contração muscular, regulados por processos bioquímicos, intervindo também em locais distantes do músculo, em particular no cérebro, mais propriamente nas áreas que regulam a cognição e as emoções. Mas como poderá o exercício ser interessante na saúde mental? Concretamente, no que diz respeito ao impacto psicológico, o exercício intervém em duas vertentes principais: através da teoria da distração e teoria da autoeficácia. No caso da primeira, o exercício físico surge como uma distração saudável, inibindo o processo mental padrão, essencialmente disfuncional. Com esta pausa mental emergem os efeitos positivos da sensação de controlo e realização pessoal, outrora ofuscados. No caso da segunda teoria, a sensação de eficácia e melhoria da autoestima, a qual promove uma gestão adequada das emoções, promovendo assim o bem-estar físico e psicológico.


Neste dia da saúde mental vamos aproveitar para reforçar a atualidade do tema, assim como a relevância da prática de exercício consciente com vista à melhoria da qualidade de vida das pessoas e da sua saúde física e mental.


Eduardo André

Fisiologista do Exercício

Mestre em Exercício e Saúde

Diretor-técnico Hi Well Wellness Center

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